A denúncia de um suposto envolvimento de policiais do BPFron (Batalhão de Polícia de Fronteira) com traficantes, feita por O Paraná e investigada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), em Marechal Cândido Rondon, chegou ontem até o Comando Geral da PM (Polícia Militar), em Curitiba.
Diante da possível irregularidade, o comandante-geral da Polícia Militar, Roberson Bondaruk, por meio da assessoria de imprensa, limitou-se a declarar, em nota, que “a Polícia Militar do Paraná possui uma grande parceria com o Gaeco e colabora no que for necessário para que a corporação seja exemplo”.
Os nomes dos policiais envolvidos no caso não foram revelados. Também, por decisão do comando do BPFron, os policiais envolvidos não serão afastados do serviço militar por ora. O 5º Comando Regional da PM, que tem como comandante o tenente-coronel Fábio Luiz Rinkoski, informou que o BPFron é subordinado apenas ao Comando Geral da PM.
O caso agora é apurado pelo delegado do Gaeco, Thiago Nóbrega de Almeida, que em inquérito pretende acionar os proprietários dos veículos apreendidos durante a ação policial e todos os envolvidos na suposta ligação com o tráfico de entorpecentes na região de fronteira.

O CASO
Por meio de fotografias na propriedade rural onde houve a apreensão de um caminhão carregado com maconha e agrotóxicos, a reportagem de O Paraná trouxe a denúncia de suspeita de ligação entre policiais do BPFron com traficantes.
O grupo de policiais envolvidos na operação do BPFron aparece realizando a apreensão da carga. Em boletim, a polícia informou que o veículo GM/Meriva fugiu da propriedade. No entanto, ele aparece ao lado da carreta Scânia apreendida com as mercadorias. Em seguida, o motorista da carga apreendida deixa a área no Meriva com o suposto traficante e outros dois ocupantes não identificados. Em nenhum momento há movimentação dos policiais para impedir a suposta fuga.
O major Erich Wagner Osternack, comandante do BPFron, disse à reportagem que tudo não passou de um erro na abordagem e verificação da denúncia. “Retornei e tomei conhecimento do caso, de que houve erro no procedimento de abordagem. Enquanto os policiais conversavam com o motorista do caminhão, ao vistoriarem se a carga tinha irregularidades, o motorista havia se evadido em um Meriva. Instauramos um procedimento policial para apurar a infração”, disse o major, em reportagem publicada ontem pelo O Paraná.
Fonte: O Paraná